Hospital INC - Instituto de Neurologia de Curitiba

Pancada na cabeça: sinais mostram quando há danos cerebrais

"É importante ter normas de segurança sempre vigentes, utilizar equipamentos de proteção e ter o cuidado de escorar bancos e escadas” - Neurocirurgião do INC, Maurício Coelho Neto, fala para o Viver Bem da Gazeta do povo sobreos perigos de pancadas na cabeça


Meia social e assoalho de madeira. Foi essa inocente combinação que levou o bancário Fabiano Barbosa a escorregar, cair e bater a cabeça no chão.

E foi em uma atividade corriqueira: andar até a cozinha para beber algo antes de sair para o trabalho. “Na hora, eu fiquei momentaneamente sem fala”, relembra.

Por ter voltado ao normal rapidamente, Fabiano achou que o caso se resolveria com uma compressa de gelo. Contudo, a perda da fala foi um dos sintomas da concussão que ele sofreu.

“A concussão faz parte de um contexto de traumatismo cranioencefálico que não chega a causar hematoma. Mas causa uma alteração no cérebro, uma lesão mecânica”, explica o neurocirurgião supervisor do pronto atendimento do Hospital da Clínicas da USP, Wellingson Paiva.

Conforme os especialistas, quando há um trauma leve na cabeça, células cerebrais são danificadas, provocando um desequilíbrio químico no cérebro e, em geral, um desmaio. Além disso, os pacientes podem desenvolver confusão, insônia, tontura, sonolência, problemas de memória e forte dor de cabeça.

Esses sinais comprometem sua qualidade de vida. “Se o impacto é suficiente para provocar a perda da consciência, ele é forte o suficiente para causar algum dano ao cérebro”, diz Paiva.

Fabiano teve uma dor de cabeça que durou o dia todo e foi resolvida com ajuda de um especialista, que submeteu o bancário a uma avaliação completa, com exames de imagem para afastar o risco de situações mais graves. Em alguns casos, contudo, os sintomas se manifestam apenas entre alguns dias até três meses depois do trauma.
Avaliação e tratamento De acordo com o neurocirurgião do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) Maurício Coelho Neto, a pessoa que bate a cabeça – e desmaia ou não – precisa conseguir responder a dois comandos: abrir os olhos e explicar o que aconteceu com ela.

“Se ela abrir os olhos, é bom, porque ela recebe a informação, interpreta e consegue reagir. Mas se em alguma dessas perguntas não houver resposta, é preciso levá-la imediatamente à emergência”, explica.


Depois de obter as primeiras respostas, verifica-se se a pessoa tem dor de cabeça forte, náusea ou dificuldade para ficar alerta ou acordada. Estes também são indicadores importantes de que uma investigação mais aprofundada é necessária.

Assim que forem feitos os exames de imagem para afastar o risco de danos mais graves ao cérebro, é necessário acompanhar o paciente para ver se ele faz parte do grupo que vai desenvolver sintomas, para então tratá-los.

“As células danificadas se regeneram, então não há um tratamento para a concussão. Nós tratamos os sintomas”, afirma Coelho Neto. A tendência é que, em torno de quatro semanas após o trauma, eles desapareçam.
Segurança em primeiro lugar

Como qualquer batida na cabeça pode levar a uma concussão, a prevenção está diretamente relacionada à segurança. “É importante ter normas de segurança sempre vigentes, utilizar equipamentos de proteção e ter o cuidado de escorar bancos e escadas”, lista o neurocirurgião do Instituto de Neurologia de Curitiba, Maurício Coelho Neto. Em resumo, é preciso pensar no risco a que o indivíduo está exposto com cada atividade e evitá-lo.

Viver bem / Gazeta do Povo - 26/02/2019

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