Entre as mais recentes novidades em relação aos tratamentos para os pacientes com doença de Parkinson, o método Gamma Knife é um dos que mais prometem benefícios, uma vez que é uma técnica de alta tecnologia não invasiva, afetando minimamente os tecidos sadios em volta do tumor.
“A Gamma Knife é o modelo mais avançado da radiocirurgia, ou seja, de cirurgia realizada através da convergência de diversos raios, sendo direcionados a um local específico do cérebro, onde serve para tratar doenças tais como metástases, outros tumores, malformações vasculares, neuralgia do trigêmeo, tremor essencial e doença de Parkinson, de modo que gere nenhum ou pouquíssimos efeitos adversos”, explica o neurocirurgião Daniel Benzecry Almeida, coordenador do setor de Gamma Knife do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC).
No Parkinson, o alvo tratado geralmente é o tálamo, onde passa a controlar o tremor. Em outros casos, a área tratada pode ajudar a diminuir os sintomas de rigidez e lentidão de movimentos, tão comuns nestes casos. Apesar do desafio de acertar uma área tão específica do cérebro, os médicos da Gamma Knife utilizam diversos atributos de imagem e uso de atlas cerebrais para atingir a área com precisão.
Precisão do novo método
Entre as características-chave que diferenciam a radiocirurgia Gamma Knife se incluem a definição precisa do alvo, poupando partes normais do cérebro, e a exatidão de subunidades de milímetros do tratamento. O design exclusivo de Gamma Knife permite o tratamento de tumores cerebrais inacessíveis, neuralgia do trigêmeo, vestibular schwannoma, neurinomas do acústico, malformações vasculares, tremor essencial e muitas outras doenças.
Essa nova terapia é recomendada nos casos em que os medicamentos são insuficientes para controlar os sintomas ou mesmo quando os medicamentos não são bem tolerados.
O tratamento com Gamma Knife é realizado em apenas uma sessão, durando cerca de quatro horas, após o qual o paciente é liberado para voltar para casa.
“Apesar de ter sido codificado pela Agência Nacional de Saúde (ANS), esta técnica ainda não tem sido usada com frequência pelo Sistema Único de Saúde (SUS), talvez pelo custo elevado, que varia de cerca de 30-35 mil reais. Em outros países, como Estados Unidos, Europa e Ásia, a Gamma Knife é muito divulgada e usada. Só nos Estados Unidos, existem cerca de 150 centros que usam a Gamma Knife enquanto que no Japão, existem 55 centros”, revela Daniel Benzecry Almeida.
Normalmente, o paciente é internado pela manhã e já recebe alta do hospital ao final do mesmo dia, retomando as atividades de rotina logo após o tratamento. A radiocirurgia Gamma Knife pode ser usada junto ou em substituição à cirurgia tradicional ou à radiação de cérebro total, dependendo do diagnóstico do paciente.
O motivo da grande utilização não decorre apenas de sua segurança, que é um grande ponto forte. Outras vantagens são a precisão (cerca de 0,15 mm) e a alta eficácia, comprovada por inúmeros estudos, incluindo revisões sistemática e estudos multicêntricos.
Fonte: PUBMED, 19/02/2020