Dia 31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco. No Brasil, cerca de 200 mil mortes anuais são relacionadas ao tabagismo, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), em agosto de 2017. O tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável do mundo. A organização Mundial de Saúde estima que 1, 2 bilhão de pessoas sejam fumantes no mundo e, em 2030, o hábito será responsável por 10 milhões de mortes por ano.
Ainda segundo o INCA, o fumo é responsável por 25% das mortes causadas por doença coronariana, 45% das mortes causadas por infarto agudo do miocárdio em pessoas com menos de 65 anos, 85% das mortes causadas por bronquite e enfisema, 90% dos casos de câncer de pulmão e 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer, como de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero. O tabagismo é responsável também por 25% das doenças vasculares, entre elas, o acidente vascular cerebral (AVC).
O consumo do cigarro também está diretamente ligado a saúde do coração. Segundo o médico cardiologista do INC Cardio, José Antonio da Silva, o cigarro interfere na produção do óxido nítrico, uma substância protetora, e faz com que as artérias fiquem mais vulneráveis ao acúmulo de gordura. "A contração e relaxamento dos vasos também é afetada com o fumo, o que faz com que o sangue tenha maior dificuldade para circular", afirma. O médico alerta que não há quantidade segura da substancia no organismo. "Mulheres tabagistas que usam anticoncepcional têm maiores chances de sofrerem um AVC. Tabaco e pílula anticoncepcional são perigos para o organismo", alerta.
A médica neurologista do Hospital INC Vanessa Rizelio, explica que o tabaco é rico em nicotina, substância que estimula a produção de dopamina no cérebro, atuando nos centros de prazer e recompensa. "Quando a pessoa para de fumar, estas áreas do cérebro recebem menos dopamina e, para compensar, o organismo produz mais noradrenalina, que causa sensação de irritação e nervosismo", afirma. Porem a sensação desaparece com o tempo. "Depois de uma semana sem consumir cigarros, a capacidade respiratória já aumenta em 30%. Em um ano sem fumar, o risco de doenças cardíacas diminui consideravelmente", comemora.
O médico oncologista Elge Werneck lembra que o câncer de pulmão é um tumor caracterizado pela quebra dos mecanismos celulares naturais do pulmão, a partir de estímulos carcinogênicos ao longo dos anos, levando ao crescimento desorganizado de células malignas. "Os principais sintomas são cansaço, tosse seca e persistente, falta de ar, diminuição do apetite, dor nas costas e no tórax, rouquidão e perda de peso", afirma, lembrando que os sintomas não aparecem na fase inicial da doença. Além do tabagismo, fatores como poluição do ar, doença pulmonar obstrutiva crônica e fatores genético também estão ligados a esse tipo de câncer. "Quando maior o consumo de tabaco, maior será a chance de desenvolver esse tipo de câncer e menor será a qualidade de vida", alerta.