Em entrevista ao Paraná Portal, a neurologista dra. Marcela Cordellini, fala sobre os benefícios que a cirurgia de DBS pode trazer aos pacientes com a doença de Parkinson.
A cirurgia com DBS traz ótimos resultados para a melhora dos tremores do parkinson em pacientes selecionados
A doença conhecida como Parkinson acomete mais comumente pessoas acima de 60 anos, sendo mais comum em homens, e tendo uma prevalência em torno de 100 a 150 casos por 100 mil habitantes. A doença, que ainda não possui cura, é caracterizada por prejudicar os movimentos voluntários e provocar tremores e dificuldade para caminhar. Meios de tratamento que proporcionam uma qualidade de vida melhor para o paciente têm sido utilizados para alcançar a melhora dos sintomas da doença.
Segundo a neurologista do Hospital INC, Dra Marcela Ferreira Cordellini, a cirurgia de DBS é feita em pacientes selecionados com a doença, baseada em alguns critérios clínicos e de medicamentos. Ela é indicada pelo neurologista especialista em distúrbios do movimento e realizada por um neurocirurgião especializado na técnica de neurocirurgia funcional.
“A estimulação cerebral profunda, conhecida como DBS, atua no mesmo circuito que os medicamentos para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, sendo o procedimento cirúrgico mais eficiente no tratamento dos sintomas da doença de Parkinson. Quando bem indicada e realizada, ela apresenta sucesso para a maioria dos pacientes”, comenta a especialista.
De acordo com a neurologista, os sintomas da doença e os tremores que acometem o paciente podem ser controlados com o tratamento cirúrgico. “Com a estimulação, sintomas motores da doença de Parkinson são reduzidos. O tremor, a rigidez, a lentidão dos movimentos e os movimentos involuntários melhoram bastante.”
A especialista explica que a maioria dos pacientes de Parkinson pode fazer a cirurgia de estimulação cerebral profunda, porém nem todos necessitam dela. “É importante que seja feita uma triagem pelo especialista para ver quem realmente se beneficia do procedimento, por isso, existe um tempo ideal para ser realizada e um teste que pode predizer a eficácia do resultado, mas infelizmente nem todos os pacientes são bons candidatos.”
Marcela conta que existe um período na vida do paciente em que ele responde melhor à cirurgia de estimulação cerebral, sendo que, este período geralmente se inicia cinco anos após os primeiros sintomas e, nele, o paciente já apresenta dificuldades com a medicação. “Este quadro exige numerosas doses do medicamento ao longo do dia, sendo assim, este é o ponto da doença em que a cirurgia é mais indicada. O paciente deve passar por avaliações com o neurologista e com o neurocirurgião e fazer os exames indicados, como o teste de levodopa e a ressonância magnética, para então realizar o procedimento cirúrgico”, finaliza a especialista.
Data: 16/01/2019, Paraná Portal